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Especialistas em saúde recomendam que toda a população tenha ao menos noções básicas de primeiros socorros, pois em muitos casos, os primeiros minutos após um acidente ou mal súbito são decisivos.

Entre as manobras mais importantes, destaca-se a reanimação cardiopulmonar (RCP), indicada para casos de parada cardiorrespiratória. A técnica consiste em compressões torácicas rápidas e firmes no centro do peito da vítima, realizadas com as mãos sobrepostas, e deve ser feita até a chegada de uma ambulância. As compressões ajudam a manter o sangue circulando e a oxigenar o cérebro, prevenindo danos permanentes. O ideal é alternar 30 compressões com duas respirações de resgate, caso a pessoa tenha treinamento para isso.

Em casos de hemorragia externa, a principal medida de primeiros socorros é estancar o sangramento. Para isso, deve-se pressionar diretamente o local da lesão com um pano limpo ou gaze e, se possível, elevar o membro afetado acima do nível do coração da vítima. A pressão deve ser constante até que a ajuda médica chegue. O uso de torniquetes deve ser evitado, exceto em situações extremas, pois pode causar danos aos tecidos.

Quando há suspeita de fraturas, a recomendação é imobilizar o local com talas improvisadas — como pedaços de madeira ou revistas enroladas — para evitar movimentos que possam agravar a lesão. É importante não tentar realinhar o osso fraturado, apenas manter a vítima o mais imóvel possível até a chegada do socorro.

Outra medida de primeiros socorros essencial é saber como agir em casos de queimaduras. O recomendado é lavar a área afetada com água fria corrente por pelo menos 10 minutos, evitando gelo ou substâncias como manteiga ou creme dental, que podem piorar a lesão. Em queimaduras mais graves, a vítima deve ser coberta com um pano limpo e levada imediatamente a um serviço de saúde.

Outra técnica fundamental é a manobra de Heimlich, que deve ser usada quando alguém está engasgado. Para realizá-la, a pessoa que está ajudando deve se posicionar atrás da vítima, envolver sua cintura com os braços, e fazer compressões rápidas e firmes para cima, logo acima do umbigo. Esse movimento gera pressão no diafragma, ajudando a expelir o objeto ou alimento que esteja obstruindo as vias aéreas.

 Procedimentos adequados para lidar com bebês e crianças engasgados, de acordo com a idade

Quando se trata de bebês e crianças engasgados, os procedimentos de primeiros socorros variam de acordo com a idade, devido às diferenças anatômicas e à fragilidade dos corpos menores. Saber como agir corretamente pode salvar a vida de um bebê ou criança que esteja sufocando.

Para bebês menores de 1 ano que estejam engasgados, o procedimento mais adequado é a combinação de tapotagem nas costas e compressões torácicas. Primeiramente, coloque o bebê de bruços sobre seu antebraço, com a cabeça mais baixa que o tronco, apoiando o pescoço e a cabeça com a mão. Administre cinco golpes firmes com a base da palma da mão entre as escápulas (parte superior das costas), verificando se o objeto foi expelido.

Se o engasgo persistir, vire o bebê de barriga para cima, apoiado em seu antebraço, e realize cinco compressões no tórax, usando dois dedos (indicador e médio) no centro do peito, logo abaixo da linha dos mamilos. Repita as sequências de tapotagem e compressões até que o objeto seja removido ou o bebê volte a respirar, sempre chamando ajuda médica o quanto antes.

Para crianças acima de 1 ano, o procedimento recomendado é a manobra de Heimlich adaptada. Ajoelhe-se atrás da criança, caso ela seja pequena, e abrace sua cintura. Coloque um dos punhos fechado logo acima do umbigo e, com a outra mão, segure o punho fechado, realizando compressões rápidas para dentro e para cima, em um movimento semelhante a uma "J". Esse movimento cria pressão no diafragma, ajudando a expelir o objeto que obstrui as vias aéreas.

Se a criança perder a consciência, deve-se colocá-la deitada no chão e iniciar a reanimação cardiopulmonar (RCP), combinando 30 compressões torácicas com duas respirações de resgate, até que o objeto seja expulso ou o socorro médico chegue.

Para a Dra. Mariana Nogueira, especialista em medicina de emergência, saber como proceder nesses casos é fundamental: "O tempo é crucial em muitas emergências, e essas manobras básicas de primeiros socorros podem manter uma pessoa viva e estável até a chegada de profissionais. Cursos de primeiros socorros são acessíveis e podem salvar vidas", enfatiza.

Embora muitas dessas técnicas sejam relativamente simples, o impacto que elas podem ter em situações de emergência é enorme. Portanto, aprender primeiros socorros não é apenas uma habilidade valiosa, mas uma responsabilidade social que pode fazer a diferença na comunidade.